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José Luís Gomes de Sá, gastrónomo e comerciante de bacalhau do Porto do séc. XIX, nunca pensou que o prato de bacalhau que inventara se tornaria um ícone da sua cidade. Consta que entregou um manuscrito com a receita a um amigo, eternizando, deste modo, a forma original de preparar um prato tão típico das casas do Porto. Acrescentou ainda: “João se alterar qualquer cousa já não fica capaz”.

O bacalhau, alimento emblemático do povo português, é então conjugado num ritual único com a batata, a cebola, o alho, o azeite, o leite, as azeitonas pretas, os ovos e a salsa. Para “ficar capaz”, o bacalhau era mergulhado em leite a ferver dentro de uma caçarola e esta coberta com um cobertor, deixando-o assim, sem levar ao lume. Depois de surgir pela primeira vez num livro da “Culinária Portuguesa” de António Oliveira Belo (1936), o prato também é referenciado pelo chef Hélio Loureiro e pelo professor Hélder Pacheco, conciliando as suas vertentes histórica e gastronómica.