Project Description

Rio de Onor

Pode ter tido origem no povoado medieval de Vinhas Cales, no cabeço do Codeçal, mas sabe-se que pertenceu à Casa de Bragança. Divide o território com a sua homónima espanhola, Rihonor de Castilla. Da tradição e do convívio entre as duas aldeias surgiu um dialecto – o rionorês. Ainda se partilham terrenos e moinhos, na memória fica o rebanho e o boi comunitários, que já não existem. Mantém um modo de administração rural, liderado por dois Mordomos, designados pelo Conselho – assembleia com representantes de todas as famílias da aldeia. A “Vara da Justiça” garante o cumprimento das regras e aplica multas, muitas vezes pagas em medidas de vinho ou azeite.

Outras informações:

Está inserida no Parque Natural de Montesinho e na Zona de Proteção da Rede Natura 2000, e reparte o nome com o rio que a atravessa – o rio Onor, também conhecido como rio Contensa.

O facto de ser atravessada pela fronteira política faz com que a maioria dos habitantes seja bilingue ou trilingue (português, castelhano e rionorês). Da sua arquitetura tradicional de xisto, destacam-se a ponte romana, a Igreja Matriz e um Castro medieval.

Festas e rituais próprios, com destaque para as festas de S. João, Nª Sª de Fátima e de Todos-os-Santos, a festa de Maio, o Al San Xuan, a festa dos Felandairos e a festa do Ciclo de Outono.

Lendas tradicionais, raramente de horror ou tenebrosas, como a de uma moura encantada que guardava um tesouro para que, um dia, o pudesse entregar a um habitante da aldeia, ou a de uma moura escondida numa fonte, de cujos cabelos feitos de ouro se poderia fazer novelos e enriquecer.

A agricultura e a pastorícia comunitária subsistem num sistema em que a entreajuda e partilha de terrenos, rebanhos e moinhos imperam.